Reflictam sobre alguns excertos da versão traduzida e aparentemente adaptada do livro ‘Robin dos Bosques’, de Howard Pyle [título original:
‘Some Merry Adventures of Robin Hood’], edição da Colecção Geração Público:
“Vestiu uma cota de malha de fino aço e sobre ela uma leve jaqueta de tecido de Lincoln (1); pôs na cabeça um capacete também de aço e cobriu-o com um outro de couro mole e esbranquiçado, no qual baloiçava uma pena de galo; e à cinta colocou uma magnífica espada, em cuja lâmina azulada, larga e bem temperada, estavam desenhadas estranhas figuras de dragões e mulheres aladas.
Assim ataviado, com o brilho do aço a mostrar-se aqui e ali, quando os raios solares incidiam sobre as malhas da cota reluzente, que a jaqueta verde deixava a descoberto, Robin era de facto uma figura galharda.” [Cap. X]
(1) A expressão 'pano verde de Lincoln' aparece 14 vezes ao longo do livro.
“Todos os olhos se fixaram num jovem elegante e vistoso que descia a estrada vagarosamente. Tanto o traje como as meias eram escarlates e pendia-lhe da cinta uma bela espada com a bainha marchetada de ouro. Cobria-lhe a cabeça um barrete de veludo escarlate com uma enorme pena que lhe caía por detrás da orelha; e o cabelo. Loiro, comprido e frisado, espalhava-se-lhe sobre os ombros. Na mão levava uma rosa cujo perfume aspirava com atestação, de vez em quando.
- Por minha vida – riu-se Robin – que nunca vi camarada tão galante e afectado!
- Realmente – assentiu Artur Bland (2) – os seus trajes são demasiado bonitos para o meu gosto, mas repara que tem ombros largos e cintura estreita. Vês como os braços pendem do corpo, sem caírem inertes, antes tensos e dobrados pelo cotovelo? Aposto que debaixo daqueles tecidos se escondem articulações fortes e rijos músculos.” [Cap. VIII]
(2) O Artur Bland está para o Robin dos Bosques como o Sam está para o Frodo.
“- Eis o vosso alvo, companheiros – anunciou Robin – cada um atirará três setas e aquele que falhar o alvo, nem que seja uma vez, apanhará uma bofetada de Will Escarlate.
- Ouçam esta! – proferiu frei Tuck – Porque é, chefe, que ofereces sopapos do teu corpulento sobrinho como se fossem pancadinhas de amor de alguma donzela?” [Cap. XII]
“- Serás o meu braço direito porque nunca em minha vida vi jogar o pau como tu.” [Cap. I]
“- Espera! Vamos primeiro medir os nossos varapaus, que o meu é maior e não quero aproveitar-me dessa vantagem, nem que seja só dum centímetro.
- O comprimento não me aflige. O meu varapau chega para abater um bezerro (…).
E ambos empunharam os respectivos varapaus e aproximaram-se, com olhares torvos um do outro. (…) o solo ficou revolvido pelos calcanhares dos dois contendores e a respiração tornou-se-lhes penosa, arfando como bois ao arado. João Pequeno era quem mais acusava o esforço de desabituado que estava; as suas articulações já não tinham a mesma flexibilidade que antes de viver com o xerife. (…)
- Parece-me que tenho todas as costelas quebradas. Nunca pensei que houvesse um homem capaz de me fazer o que tu me fizeste.” [Cap.VII]
LOLOLOL epah...excelente...
ResponderEliminaresta ultima foi digna do brokeback mountain...
ResponderEliminarOh My God...
ResponderEliminar...assim se explica a ascendência real do conde José Castelo Branco...
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