segunda-feira, janeiro 22, 2007

Eu voto sim.

Considerando que este deve ser o único blog que ainda não mencionou o assunto, sinto que está na hora de revelar qual a minha opinião no que toca ao referendo do próximo dia 11 de Fevereiro.

Em primeiro lugar, acho que um (segundo) referendo sobre a despenalização do aborto é uma perda de tempo e recursos. O Partido Socialista já fez questão de marcar a sua posição (favorável) sobre a despenalização do aborto e, ainda por cima, tendo maioria no Parlamento, não vejo porque não tem a coragem para tomar uma decisão ao invés de passar a ‘batata quente’ aos eleitores.

Mas já que tenho voto na matéria, escolho a despenalização. Voto sim, porque acho que a mulher deve ter a liberdade de escolha. Voto sim, porque acho que a mulher, ao escolher fazê-lo, deve fazê-lo em condições humanas. Voto sim, porque acho que todas as crianças devem ser desejadas e crescer num bom ambiente com boas condições providenciadas pelos pais.

Como é óbvio, respeitarei qualquer opinião contrária à minha, desde que devidamente justificada. Não como a opinião de Marques Mendes que define o aborto como sendo “um acto arbitrário e injustificado, que destrói um ser humano”, mas “não é favorável à pena de prisão para uma mulher que decide interromper a gravidez, “seja antes ou depois das dez semanas”.” Decida-se. Ou então como a posição da Igreja que é contra o aborto mas não oferece alternativas no caso de uma gravidez indesejada, visto que também é contra o uso de métodos contraceptivos.

Ah, e mais uma coisa.

Levantem o cu do sofá e vão votar, caramba.

4 comentários:

  1. olá, já te 'visito' há uns tempos e nada melhor q comentar agora. Como estou a estudar fora do país, vou ser 'punida' sem poder votar SIM. Não faz sentido nenhum e conheço mto boa gente pela blogosfera nas mesmíssimas condições.
    O que fazer? Convencer quem estiver em Portugal - amigos/as, família, coleguinhas de escola, vizinhos/as, etc. - a ir votar no dia 11. Para isso o msn e o e-mail tb são uma boa arma.
    Afinal em 98 o sim perdeu por pouquíssimos votos...
    Toca a mobilizar!
    Fica bem (e parabéns pelo blog, está-se aqui bem!).

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  2. concordo plenamente contigo!

    bjs, Marrocos

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  3. Olá! Este blog é muito bom, parabéns! Gostei bastante do que li, e do link para o "dupla personalidade"!

    Mas permite-me ser o primeiro a dar uma opinião contrária neste post. Se votasse sim, votaria porque até às 10 semanas é impossível provar que a gravidez foi interrompida de forma ilegal. Isto porque até às mesmas 10 semanas, qualquer gravidez é uma gravidez de risco, podendo portanto existir sempre um aborto expontâneo - caindo nas escadas, tendo um acidente, etc. Ou seja, se é impossível provar, não se pode julgar. Isto é um facto!

    Podes perguntar-me sobre os casos que vieram à "baila". Bem, esses correram mal. E porque correram mal, as mulheres tiveram que necessariamente recorrer ao hospital e aí, existirem todos os métodos para provar que o aborto foi provocado.

    Agora, porque votarei não: porque discordo de 3 coisas.
    Não é só a mulher que deve ter liberdade de escolha. E o homem que faz a criança?
    A criança deve ser desejada e crescer num bom ambiente. Mas não podemos nós, com os impostos - que servirão sempre para pagar coisas boas ou más, como os casarios de certos fulanos... - financiar e acautelar a ajuda/crescimento da criança/familia sem condições?
    A pergunta que se faz é se deve ou não a mulher ser despenalizada, mas todos os debates e defesas de sim's e não's limitam-se a defender ou não o acto de abortar, o que mostra que na prática não se quer despenalizar a mulher mas sim usá-la para liberalizar o aborto e existirem partidos políticos a ganhar com isso... já agora, se é um referendo (é apenas pedida a opinião das pessoas), porque é que temos partidos políticos a tomar posições? Não era suposto eles consultarem-nos?! Se querem levar a opinião deles em frente, escusam de gastar milhares de euros num referendo...

    E para o picanso saudável... :) Mostra-me um qualquer documento do Vaticano a dizer que proíbe os métodos contraceptivos. É que o que a Igreja é contra são as relações "fast-food". Se não coitados dos casais que acreditam e praticam: ou eram santos, ou o lugarzinho no inferno há muito que está preparado para eles! ;)

    Enfim. Muito texto, bem sei. E não, não sou nenhum extremista!! Muito pelo contrário... Se quiseres dar-me uma vassoirada, é com todo o direito que o fazes! Mas se possível dá com jeitinho... :)

    Força com o blog! Bjs

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